segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Date whoever the fuck you want.


Um dos meus textos favoritos é aquele famoso "Date a girl who reads". Como uma garota que gosta muito de ler, e escrever - e passa boa parte do dia fazendo isso, me identifico muito com ele (por serem as coisas que eu mais gosto nas pessoas que leem). Atire a primeira pedra quem não foi chorando pedir colo para a mãe quando seu personagem favorito morreu.

O fato é, porém, que por mais bonitinho que esse texto seja, acabamos naquele eterno estereótipo do tipo "ahh, ela é diferente das outras", uma mania que ultimamente nossa sociedade vem adquirindo. Todo mundo quer ser especial, todo mundo quer ser diferenciado. O problema é que ao diferenciarmos um - e adicionar um louvor incomparável, por exemplo, a uma garota que lê muito, acabamos desprezando as garotas que não gostam de ler. E isso é muito errado!

É isso mesmo. Errado. Botão vermelho na sua cara. Acabamos criando uma cultura - e vou deixar num cantinho aqui as garotas dos livros do John Green - em que valorizamos algo que na verdade não existe, ou acabamos criando pessoas extremamente babacas, que se acham melhores que as outras por algum motivo idiota. "Ah, eu sou tão especial, eu amo ler!". PAUSA EM TUDO. VOU DIZER ALGO CHOCANTE.

GOSTAR DE LER NÃO TE FAZ ESPECIAL!


Eu sei, parece ofensivo, mas é a verdade.


Espero que você tenha sentado, eu sei que é uma notícia realmente chocante. A nossa própria cultura faz uma glorificação estapafúrdia de coisas, colocando tudo em ordem errada. Ao invés de dizer "ah eu gosto muito de ler", acabamos dizendo "eu sou tão diferente, gosto de ler". Tudo bem. Talvez seja diferente. Talvez não. Mas você está atribuindo valores errados a todas as coisas. Todo mundo deveria poder gostar de fazer o que bem entender. Tem garotas que gostam de moda e sapatos, e taxamos-as automaticamente de "patricinhas" ou algo do gênero. Mas é o que ela gosta de fazer, e daí? E se ela gosta de ler a Vogue e ver todas as roupas bonitas, etc? Não tem absolutamente nada de errado com isso.

Serve pra tudo, na verdade. Eu gosto de filmes de ação, de ler e de cozinhar. Conheço meninas que gostam de Vogue e filmes de terror. Outras que gostam de motos e tutoriais de cabelo e maquiagem no youtube. Outras que gostam de ver filmes cult, tomar starbucks e de filmes do George Clooney. E a resposta final é: e daí? Cada uma dessas meninas não é uma "garota normal", mas o fato é que o normal pra todas as garotas é gostar do que elas bem entenderem, sejam coisas consideradas diferentes ou mainstream. E ninguém deve dizer que o gosto de alguém é errado, ou menosprezar outras pessoas por causa disso.

E o problema maior ainda é que isso é um standard que meninas colocam sobre outras meninas, ou impõe sobre as outras. Ninguém, por alguma razão oculta, quer ser taxada de "normal". Mas não tem nada de errado em ser normal - de fato, se você fizer uma coisa porque você gosta dela, é a coisa mais legal do mundo. Não precisa querer ser diferente - ou no caso, melhor - você só precisa querer ser feliz.




Resumindo, vamos parar com essa coisa ridícula de taxar alguns hábitos de melhores/piores do que outros. O fato é que possuímos hábitos diferentes e gostamos de coisas diferentes, mas como a tirinha mesmo diz - todas nós somos awesome, independente do que gostamos de fazer. O normal é ser diferente e gostar de coisas diferentes - e isso não é errado, só se você menosprezar os hábitos dos outros, também.  E ao invés de incentivar um "namore com uma garota que goste de ler" ou qualquer estereótipo do tipo, namore com quem você bem tiver vontade, oras.