quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Escrita, mídia, e mais umas baboseiras


Hoje de tarde estava dando uma olhada no meu twitter quando dou de cara com uma resposta super ofendida ao Raphael Draccon - sim, o escritor de fantasia de Dragões de Éter. Como todo mundo que me conhece sabe, sou fã declarada do Draccon. Pode não ser o melhor escritor do mundo nem nada - mas adoro o trabalho que ele faz, e quando dá uma entrevista, ele acerta em cheio. Tá, mas porque estou falando tudo isso?

Por pura curiosidade, fui dar uma olhada na entrevista que ele deu e tudo mais. E posso dizer que ele foi lido completamente errado. Pra quem não sabe do que eu estou falando. é só clicar aqui e ler.

E olha, eu entendo perfeitamente o que ele diz. Hoje em dia, tudo nessa vida é impulsionado pela mídia e o tanto de propaganda que você faz do seu produto. É a mais pura verdade - e na maioria das vezes os "intelectuais" recusam a ver isso. A Era do "fazer alguma coisa por arte" já passou. Vamos ser bem sinceros aqui. Escritor é gente igual todo mundo, e também precisa trabalhar pra poder comer, pagar casa, carro, ônibus, imposto, etc. E o fato é que se você não se esforçar e ser divulgado, sua obra não será conhecida. Então sim, tudo hoje em dia depende do seu público alvo e não só da qualidade do que você está escrevendo. Vou deixar aqui como exemplo o famoso "50 tons de cinza" - de qualidade literária em si não tem nada, mas tem gente que leu e gostou. E não são os leitores que impulsionam o mercado literário? Não dá mais pra negar esse fato, pessoal. Se tem gente que gosta, vai vender, não importa a qualidade do trabalho. Temos até redes sociais próprias para livros, como o Goodreads e o Skoob - basicamente para recomendar e divulgar as suas obras favoritas.

"Ah, mas eu quero escrever pra fazer arte". E é claro que você pode, se é seu sonho e tudo mais - só que se você não encarar a realidade, que é fazer parte da mídia e comunicar-se com os leitores, não vai adiantar nada. O fato que permanece é que evoluímos tanto que fanfics estão sendo publicadas na integra com apenas uma mudança de nome porque de fato, quem move o mercado hoje é o público.

Eu comecei nas fanfics, e vou dizer - o público é a coisa mais importante do mundo pra alguém que trabalha nessa área de entretenimento. Nos reviews, eu recebia encorajamentos, críticas, validações - tantas coisas úteis, e o carinho recebido era uma força que me movia a continuar escrevendo. E quanto mais eu escrevia, mais pessoas liam, e assim o ciclo vai, até eu chegar a 7 mil leitores. (Tá, não é lá grandes coisas esses dias, mas acho que chorei uma semana seguida quando tinha visto). E de fato - as fanfics mais famosas são as que são divulgadas por aí, pelos leitores, pelos próprios autores e assim por diante.

Quer mais um exemplo? Aqui vai - bandas. Hoje em dia, banda pra ganhar dinheiro/comer tem que fazer show. Só fã de verdade compra CD, vamos admitir. Então enquanto antigamente tínhamos a música pela "arte" (quem escolhia quem fazia sucesso eram as produtoras), hoje no fim é quem trabalha mais e consegue fazer mais shows. Com livros, não é nada diferente. Tá cheio de ebook de graça por aí pra baixar no google, então o autor tem que divulgar seu trabalho o suficiente pra todos quererem comprar o livro de verdade. A mesma coisa vale pra cinema, teatro, e tudo na vida que não é "essencial" para a vida. Porque vamos lá - essencial mesmo é comida, banho quente, eletricidade e olhe lá. Na verdade, as pessoas da área de entretenimento que conseguem se dar bem devem ser admiradas, pois ninguém é obrigado a comprar o trabalho delas pra sobreviver - compram porque gostam.

Na verdade, eu vejo muitos autores por aí se comunicando pelo twitter, blog, tumblr - dando o máximo de atenção aos seus leitores. E essa é a coisa mais bacana do mundo - para uma leitora como eu, não tem nada melhor do que ser respondida no twitter por meus autores favoritos - porque é uma interação nova e simplesmente brilhante, e puramente da nossa era. A internet permitiu quebrar fronteiras entre tantas coisas, e essa é uma delas. Estando mais próximos dos leitores, os autores podem divulgar mais seu trabalho, e os próprios leitores fazem isso por eles. Igual a tudo na vida - sabe quando você acha aquele salão de cabelo bom e recomenda pra todas as amigas? Ou o cara da venda que tem os mais diferentes tipos de chocolate por um preço razoável? O princípio é exatamente o mesmo.

É claro que essa faca também tem dois gumes. Quando deixado a própria divulgação, as vezes fica difícil para autores parecerem legais e que curtem colaborar. Mas vamos ser sinceros - todo mundo aqui é humano e já acordou com o pé esquerdo uma ou duas vezes na vida. Conheço autores cujas obras nunca nem tinha lido e são simplesmente pessoas maravilhosas e comunicativas - e conheço também com obras super divulgadas e rabugentos. Ué, tem gente pra tudo. Mas também temos que aprender a separar a obra do autor - uma história que eu vou deixar pra outro post.

Enfim, o que eu quero dizer é que a mídia é um negócio indissociável de qualquer coisa hoje em dia. Quanto mais contatos e coisas para divulgação você tiver, melhor. E eu não sei porque qualquer um negaria isso, considerando que você provavelmente está pelo menos com a sua aba do facebook e do twitter abertas exatamente nesse momento.

-L


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